Os trabalhadores da Ensul Meci, sediada no Monte de Caparica, Almada, continuam em vigília junta às instalações da empresa, temendo a retirada material, numa altura em que têm dois meses ordenados em atraso.
"Os trabalhadores estão em vigília desde o dia 17 de maio e hoje entraram camiões para as instalações, e também a GNR, e tememos a retirada de material. Está em causa a viabilidade de cerca de 500 postos de trabalho", disse à Lusa Nuno Gonçalves, do Sindicado da Construção do Sul.
Os trabalhadores têm dois meses de salários em atraso e os subsídios de alimentação desde fevereiro, numa empresa em que a administração está demissionária.
"Este é um caso que se arrasta há muito tempo, com processos de insolvência pelo meio. Não sabemos se o material vai ser retirado, se é por ordem do tribunal ou não, e vamos tentar apurar, mas para os trabalhadores é como ver o futuro sair pela porta", defendeu.
Os deputados do PSD do distrito de Setúbal visitaram esta semana a empresa e reuniram-se com os administradores, manifestando-se preocupados com o futuro.
O deputado Nuno Matias sublinhou que a Ensul Meci é uma empresa “muito importante para o país e para a região”, desenvolvendo uma atividade especializada, com mecanismos bastante sólidos ao nível da internacionalização.
"Estamos a acompanhar com especial atenção esta situação de uma empresa vital do ponto de vista do emprego e da área de negócio", refere o social-democrata.
Nuno Matias disse que se forem criadas condições ainda se poderá evitar o encerramento da empresa mas alertou que "é algo que terá que ser feito muito brevemente".
A Lusa tentou contactar a empresa Ensul Meci mas tal não foi possível até ao momento.