Trabalhadores da rodoviária Scotturb protestaram contra falta de condições laborais

Trabalhadores da rodoviária Scotturb protestaram contra falta de condições laborais
Trabalhadores da transportadora rodoviária Scotturb, que opera nos concelhos de Sintra, Cascais e Oeiras, protestaram hoje contra a falta de condições de trabalho e acusaram a empresa de falta de diálogo.
 
Congelamento de salários e desrespeito pelo acordo coletivo de trabalho, com o reduzido pagamento das horas suplementares, são situações que levaram ao protesto dos trabalhadores, que hoje se concentraram à porta da sede da Scotturb, no concelho de Cascais.
 
Luís Venâncio, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) e porta-voz dos funcionários da Scotturb, disse à agência Lusa que o objetivo do protesto é contribuir para "resolver o impasse em que se encontram os trabalhadores".
 
"Já fizemos algumas tentativas junto da empresa para retomar o processo de negociações [sobre o cumprimento do acordo coletivo de trabalho], mas sempre houve dificuldade de diálogo. A empresa continua a não dar resposta a um conjunto de problemas, entre os quais a atualização de salário", referiu.
 
De acordo com o sindicalista, estas exigências já vêm sido feitas há vários anos, o que tem motivado várias greves e protestos, mas a administração da empresa, frisou, "sempre se recusou ao diálogo".
 
O grupo de cerca de uma dezena de trabalhadores agendou a concentração à porta da sede da Scotturb para as 08:00 e hma hora e meia depois, o líder da CGTP-IN, Arménio Carlos, juntou-se ao protesto.
 
"São trabalhadores que continuam a ser confrontados com o adiamento da contratação coletiva, que é permanente e inaceitável, e também têm sido lesados nos seus direitos individuais e coletivos", disse o dirigente sindical.
 
Arménio Carlos sublinhou que "o bloqueamento quase total da contratação coletiva" é a "negação da democracia em Portugal".
 
"Não podemos aceitar que os direitos dos trabalhadores e da democracia fiquem à porta das empresas e que os administradores pensem que estão acima de tudo, inclusive da lei. Nós precisamos de pôr travão a isto e, neste contexto, o Governo é tão responsável como as associações patronais", sustentou.
 
A Scotturb abrange um universo de cerca de 250 trabalhadores.
 
A Lusa tentou obter um esclarecimento junto dos responsáveis pela empresa, que se escusaram a fazer qualquer comentário.