Trabalhadores de Cascais reclamam contra estacionamento pago

Trabalhadores de Cascais reclamaram, em reunião de assembleia municipal, contra as novas medidas de estacionamento pago no concelho, mas o executivo (PSD/CDS-PP) assegurou que o novo sistema está a ser bem recebido.
 
Mariana Ferreira Trindade e Patrícia Magalhães, que trabalham em Cascais, foram segunda-feira à noite à sessão de assembleia municipal e intervieram no período que é dedicado ao público para questionar a Câmara Municipal sobre as soluções que têm para os trabalhadores que não estão contentes com as novas medidas de estacionamento, a entrar em vigor a partir de 01 de julho.
 
As representantes apresentaram uma petição, que já reúne 700 assinaturas, dos trabalhadores descontentes.
 
"As novas tarifas vão funcionar a partir de 01 de julho, mas ainda não nos sabem informar de nada. Como trabalhadora de Cascais, pergunto onde é que eu vou estacionar o meu carro? Querem que compre uma mota? Estou muito descontente com a situação", disse Mariana Trindade.
 
A trabalhadora acusou ainda o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, de "não dar a cara depois de ter ideias mirabolantes".
 
"As pessoas que aqui trabalham não estão a ser tidas em conta. Sei de pessoas que vão pagar avenças mensais de 90 euros em parques de estacionamento privados. Eu não posso pagar isso", sustentou.
 
"Não me importo de pagar uma avença mensal, nos valores que são propostos, mas espero que me seja um lugar atribuído como deve ser e não que me ponham numa lista de espera", afirmou a representante.
 
Na ausência de Carlos Carreiras, o vice-presidente, Miguel Pinto Luz, respondeu às contestações e assegurou que as duas representantes dos trabalhadores serão contactadas por um gabinete de apoio da câmara para mais esclarecimentos.
 
No entanto, Miguel Pinto Luz esclareceu que até ao momento, já foram vendidas 50 avenças de 35 euros aos comerciantes que quiseram ter lugar no Mercado de Cascais.
 
"Têm um lugar específico, que é seu. Adquiriram o lugar por 35 euros por mês e ainda há vagas. Não há lista de espera nenhuma", afirmou.
 
O autarca adiantou ainda que já foram vendidas 250 avenças no valor de 15 euros, que podem ser adquiridas por qualquer munícipe, que poderá estacionar o seu carro em qualquer zona, "com exceção das de maior rotatividade, que é exatamente o centro da vila".
 
Miguel Pinto Luz explicou também que os residentes da zona histórica de Cascais, os que mais se queixavam de ter os comerciantes a deixarem os carros à porta das suas casas, também terão uma avença de zona residencial.
 
"Há acompanhamento permanente e presente, mas claro que nem tudo é perfeito e, precisamente por isso, vou pedir ao gabinete de apoio para entrar em contacto convosco. Vamos tentar esclarecer isso até ao último pormenor", disse o autarca, dirigindo-se às trabalhadoras.
 
O vice-presidente recusou ainda que fossem feitas acusações a Carlos Carreiras de "não dar a cara".
 
"Dizer que o presidente não dá a cara não é verdade. Ele não anda escondido. Anda na rua e convive com as pessoas. É dos presidentes de câmara que mais próximo das populações está e é também muito ativo nas redes sociais, responde a todos os munícipes", concluiu.