Os trabalhadores ferroviários querem que os deputados eleitos revertam a fusão da Refer com a Estradas de Portugal, parem a privatização da CP-Carga e elaborem um Plano Nacional de Transportes “que assente num sistema ferroviário como espinha dorsal”. Exigem também um maior investimento em efetivos e material circulante para a Linha de Cascais.
Nos termos de uma resolução hoje aprovada por unanimidade num plenário de representantes dos trabalhadores ferroviários, em Lisboa, os signatários defendem que à “nova maioria” resultante das legislativas de 04 de outubro -referindo-se ao PS, CDU e Bloco de Esquerda, numa altura em que decorrem negociações entre os três partidos com vista a um acordo - “tem de ser exigida uma nova política”.
Afirmam também “repudiar todas as manobras que visam adulterar os resultados eleitorais e manter no governo uma minoria cujo objetivo é o de perpetuar políticas que os trabalhadores, pela luta e pelo voto, disseram não”.
Neste contexto, os representantes dos trabalhadores reclamam “da nova maioria na Assembleia da República” que tome a iniciativa de reverter a fusão da Refer com a Estradas de Portugal, “promovendo o retorno a uma empresa pública que una todas as empresas resultantes da fragmentação da CP”.
Defendem ainda o investimento “em meios humanos e materiais” da CP, nomeadamente “através da contratação de mais efetivos e da aquisição de material circulante novo para a linha de Cascais e para o serviço regional diesel”, assim como a paragem do processo de privatização em curso na CP-Carga.
Ainda reclamada na resolução – a que a agência Lusa teve acesso e que será entregue a todos os grupos parlamentares – é a dotação da EMEF - Empresa de Manutenção e Equipamento Ferroviário dos “meios técnicos, humanos e financeiros com vista a garantir a manutenção e reparação do material circulante com qualidade e segurança, podendo ainda assumir a construção de material circulante”.
Das reivindicações dos trabalhadores ferroviários faz ainda parte a elaboração de um Plano Nacional de Transportes “que assente num sistema ferroviário como a sua espinha dorsal” e a revogação do decreto-lei 133/2013 e de todas as normas do Orçamento do Estado “que roubam salários, retiram o direito ao transporte ferroviário de trabalhadores e reformados e suspendem a contratação coletiva”.
Segundo disse à agência Lusa o coordenador da Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes, José Manuel Oliveira, o plenário contou com cerca de uma centena de representantes dos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal, CP Carga, EMEF e Infraestruturas de Portugal (empresa que resultou da fusão entre a Refer e a Estradas de Portugal).