Transportes públicos receberam mais de 4500 queixas no primeiro semestre do ano

Mais de 4.500 queixas sobre os transportes públicos portugueses foram registadas no primeiro semestre do ano, tendo sido o setor rodoviário o que recebeu o maior número de reclamações, revelou hoje a Autoridade da Mobilidade e do Transporte (AMT).
 
Em média, foram registadas 25 reclamações por dia, indica a AMT, ressalvando que estas queixas apenas dizem respeito às que foram apresentadas diretamente àquela autoridade e às que foram registadas no livro de reclamações dos prestadores de serviços.
 
De acordo com a AMT, das 4.500 queixas, mais de metade (2.273) foram dirigidas ao setor rodoviário, 1.870 ao setor ferroviário, 293 ao setor fluvial e três ao setor portuário.
 
No setor rodoviário, a maior parte das reclamações (1.458) dirigem-se ao transporte de passageiros.
 
A TST -- Transportes Sul do Tejo foi a empresa que recebeu mais queixas (448), seguida da Carris (257), da Rede Expressos (109), da Transdev (84) e da Vimeca (61).
 
A Scotturb é a sexta empresa com mais reclamações (58), seguida da STCP -- Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (49), da Barraqueiro (40), da Eva Transportes (34) e da UTC -- União de Transportes dos Carvalho (33).
 
Quanto aos motivos, a maior parte das queixas prende-se com o "incumprimento", a "não afixação de horários" e com o "cancelamento do serviço sem aviso prévio".
 
O setor ferroviário foi o segundo a receber mais reclamações, com 1.870 (41% do total), repartidas pelo metropolitano, com 1.017 reclamações, os comboios de passageiros, com 848 reclamações, e "infraestruturas", com apenas cinco queixas.
 
O Metro de Lisboa lidera o número de queixas (878), seguido do MTS -- Metro Transportes do Sul (84) e do Metro do Porto (55), estando a maioria das reclamações relacionadas com o facto de os "elevadores, rampas, escadas e tapetes rolantes estarem fora de serviço".
 
Quanto ao comboio, a CP teve a maior parte das queixas (655) e a Fertagus 193, estando o "reembolso do valor do título" e o "incumprimento ou não afixação do horário de transporte" na base da maioria das reclamações.
 
No setor fluvial registaram-se 293 reclamações (6% do total), todas elas relacionadas com o transporte de passageiros, distribuídas pela Transtejo (206) e pela Soflusa (87).
 
A principal razão apontada foi a "não emissão de fatura ou recibo, com número de contribuinte, no ato da venda do título de transporte", que correspondeu a 20% das queixas do setor.
 
Quanto ao setor portuário, registaram-se apenas três reclamações, relacionadas com a "inexistência ou falta de condições das instalações sanitárias" e a "não resolução de problemas identificados pelos clientes".
 
Todas estas reclamações dizem respeito à APS -- Administração dos Portos de Sines e do Algarve.