Tratolixo fecha 2015 com resultado positivo de 3,3ME após reestruturação financeira

A Tratolixo, empresa que gere os resíduos de Cascais, Oeiras, Mafra e Sintra, fechou 2015 com um resultado positivo de 3,3 milhões de euros, depois de ter passado por um processo de reestruturação financeira nos dois anos anteriores.
 
A informação consta do Relatório de Contas do último ano, a que a agência Lusa teve hoje acesso.
 
Em 2014, a empresa multimunicipal de tratamento e gestão dos resíduos sólidos urbanos tinha alcançado um resultado positivo de 11 mil euros.
 
O resultado é justificado com o esforço de equilíbrio financeiro iniciado em 2014, conjugado com o aumento da tarifa cobrada aos municípios, com vista à reestruturação do passivo, o que permitiu "regularizar dívidas, capitalizar a empresa e gerar liquidez".
 
Graças ao equilíbrio das contas, a Tratolixo conseguiu iniciar a empreitada do aterro da Abrunheira, que vai permitir reduzir custos relativos ao envio de resíduos para outros aterros.
 
A empresa baixou a receita de 33,8 milhões para 33,1 milhões, assim como a despesa, de 33,2 milhões de euros em 2014 para 27,5 milhões de euros em 2015.
 
Fechado o ano de 2015, a administração da empresa reconhece, no documento, que foi possível cumprir o plano de ação destinado a reestruturar a situação financeira da empresa, que em 2013 avançou para um Processo Especial de Revitalização junto dos tribunais.
 
Os resultados alcançados são justificados com o plano de racionalização de custos implementado, com o perdão de juros pelos credores e com a reestruturação da dívida junto das entidades bancárias.
 
"Foi possível liquidar nos últimos dois anos uma parte substancial das dívidas existentes para com os fornecedores da empresa, em cerca de 16 milhões de euros", refere a administração, presidida por João Dias Coelho.
 
Do lado da receita, foi decisiva a produção de 23 gigawatts de energia elétrica na Central de Digestão Anaeróbia da Abrunheira, um investimento de 100 milhões de euros que contribuiu para os "resultados positivos históricos".
 
Apesar da recuperação financeira, a dívida da empresa subiu para 148 milhões de euros, acima de 2014 (146,5 milhões de euros), por recorrer a uma linha de crédito para pagar encargos financeiros que venciam até dezembro de 2017.
 
Contudo, o passivo baixou de 171 milhões de euros para 165,4 milhões, por força da renegociação da dívida.
 
Em 2013, a Tratolixo tinha dívidas só em juros no valor de 19 milhões. O montante da dívida alcançado foi justificado por não refletir nos custos de exploração na tarifa cobrada aos consumidores.
 
A Tratolixo gere os resíduos de 840 mil habitantes dos concelhos de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra.