A empresa Tratolixo, que gere o sistema de recolha e tratamento de resíduos na área da Grande Lisboa, anunciou hoje que pediu a intervenção judicial para avançar com um plano de revitalização que resolva os seus problemas financeiros.
"Antes que algum credor pedisse a insolvência da empresa, a Tratolixo pediu um plano de revitalização para conseguir sentar-se à mesa com os credores, designadamente a banca, para encontrar uma solução para as dívidas muito significativas que tem", afirmou à agência Lusa o presidente do conselho de administração da empresa, Domingos Saraiva.
Para avançar com o processo relacionado com o Plano Especial de Revitalização (PER) da empresa, o Tribunal do Comércio de Lisboa nomeou, no dia 07, para administrador judicial João Salvado Martinho.
Domingos Saraiva explicou que o principal problema da empresa "é financeiro e de financiamento", motivo pelo qual os bancos suspenderam o financiamento Central de Gestão Anaerobia da Abrunheira, um investimento de 100 milhões de euros.
A empresa possui uma dívida de 130 milhões de euros, o valor correspondente ao montante pedido aos bancos BPI, BCP, Caixa Geral de Depósitos e Banco Espírito Santo, os principais credores.
O administrador esclareceu que, em 2006, a Tratolixo já tinha acumulado 70 milhões de euros de dívida, porque "não refletiu os custos de exploração na tarifa cobrada aos consumidores".
O responsável disse ainda que estão assegurados os 270 postos de trabalho.
A administração reúne-se na segunda-feira, pelas 14:30, com o administrador judicial para debater a situação financeira e começar a apontar soluções para resolver o problema dentro de três meses.
A Tratolixo fechou o ano de 2012 com um volume de negócios de 24 milhões de euros.
Trata-se de uma empresa intermunicipal de capitais públicos, que gere o sistema de recolha, tratamento e valorização dos resíduos sólidos urbanos nos concelhos de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra.