Um dia em África sem sair da Amadora

Projecto ‘Sabura’ coloca a Cova da Moura no mapa das atracções turísticas.
Há muita coisa boa para ver e sentir na Cova da Moura. Por isso, partimos à descoberta do projecto ‘Sabura’, que dá a conhecer o quotidiano, as actividades económicas e a multiculturalidade do bairro, nem sempre conhecido pelas melhores razões.
“Mostrar o lado bom do bairro” foi o princípio que norteou a criação do projecto ‘Sabura’. Em 2004, quando foi implementado, revolucionou a visão que a população tinha da Cova da Moura.
“Com estas visitas, quem vive fora do bairro pode perceber com os seus próprios olhos como aqui se vive e deixar de ter a ideia errada daquilo que passa nos órgãos de comunicação social, que só dão as más notícias”, refere Silvino Furtado, mais conhecido por Bino, o guia "turístico" que nos acompanhou nesta visita.
Bino desempenha as funções de guia há seis anos. Leva grupos de turistas pelos mais variados percursos. “Alguns grupos procuram o ‘Sabura’ pela gastronomia do bairro, outros apenas pelo modo de vida, fazemos os percursos de acordo com aquilo que pretendem”, explica acrescentando que “este projecto tem ajudado bastante o bairro, ajudando a combater o estigma”.
Na Cova da Moura é possível encontrar mais de 20 restaurantes de comida tradicional africana, sobretudo das várias ilhas de Cabo Verde e São Tomé, mas também da Guiné, Angola ou Moçambique. Existem mais de trinta cabeleireiros especializados em “afro penteados” e muitas mercearias que vendem os ingredientes necessários para um cozinhado bem africano.
Por apenas 7,5 euros, os visitantes podem provar pratos típicos de Cabo Verde, como a cachupa, mas também de outros locais de África. Percorrendo as ruas é possível encontrar à venda milho assado ou peixe fresco.
Em dias de sol, a Cova da Moura consegue ser um dos locais mais deslumbrantes da Amadora, com uma vista invejável sobre Monsanto, a par das cores e cheiros que povoam as suas ruas. Uma cidade sem praia, mas rica em diversidade cultural.