O tempo de espera nas urgências do hospital Amadora-Sintra normalizou nas últimas horas, depois de ter chegado a ser de 22 horas entre 25 e 27 de dezembro, disse hoje à Lusa o porta-voz daquela unidade hospitalar.
Segundo disse à Lusa Paulo Barbosa, hoje cerca das 09:00 encontravam-se 15 casos nas urgências, 12 dos quais com pulseira amarela, que significa que foram considerados “casos urgentes” na triagem do hospital e que é o terceiro nível mais grave numa escala de cinco.
“Houve uma diminuição de pessoas nas urgências, logo uma diminuição de casos não urgentes”, disse Paulo Barbosa, reconhecendo que se assistiu a uma inversão dos valores registados nos últimos dias.
De acordo com o responsável foram atendidos, entre o dia 25 e 27, cerca de 980 pacientes, dos quais 65 a 70% tinham pulseiras verdes (doentes pouco urgentes).
Paulo Barbosa justifica o longo período de espera para atendimento dos doentes na quadra natalícia com o facto de os cuidados de saúde primários terem estado fechados, o que levou as pessoas a deslocar-se às urgências hospitalares com casos pouco graves, como dores de dentes.
Além disso, acrescentou, as urgências do hospital Amadora-Sintra têm vindo a trabalhar com seis médicos, mas no dia de Natal “alguns clínicos adoeceram” e, “embora se tenha tentado uma solução internamente, tal não foi possível”.
A redução de casos à espera de atendimento também foi ajudada pelo apelo do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Cunha Ribeiro, para que os hospitais da capital não enviassem mais doentes para o Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra).
O apelo “surtiu efeito”, reconheceu Paulo Barbosa, adiantando que o hospital de Amadora-Sintra já não tinha camas vagas para internamento e que o pedido do presidente da ARSLVT “ajudou a resolver esse problema”.
Segundo o porta-voz, Luis Cunha Ribeiro empenhou-se “desde a primeira hora” em arranjar uma solução para o “afluxo anormal de doentes que acorreu às urgências”.
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo pediu no domingo à noite a vários hospitais para não enviarem pacientes para o Amadora-Sintra que, de acordo com o presidente do organismo, recebeu “um número inusitado de doentes”.
Citado pela rádio TSF, Luís Cunha Ribeiro referiu que este pedido é válido até sábado ou domingo (03 ou 04 de janeiro) ou seja, até passar o período das festas de final de ano.