Vereadora de Oeiras manterá funções apesar de autarca lhe ter retirado pelouros

A vereadora da Câmara de Oeiras Madalena Castro, a quem o presidente da autarquia retirou pelouros, disse hoje à Lusa que manterá as suas funções até ao fim do mandato e denunciou "irregularidades" no executivo.
 
O presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas (do partido Isaltino Oeiras Mais À Frente - IOMAF), retirou os pelouros à vereadora Madalena Castro, uma decisão que surgiu na sequência de "várias queixas" em departamentos da responsabilidade da vereadora.
 
O assunto foi hoje discutido em reunião de câmara, com Paulo Vistas a esclarecer que tentou contactar "pessoalmente e por diversas vezes" a vereadora "na tentativa de extinguir algum mau ambiente que pudesse existir", mas Madalena Castro, segundo disse, "nunca se mostrou disponível".
 
"A vereadora limitou-se a mandar uma carta com uma série de críticas ao engenheiro Nuno Vasconcelos [diretor do Departamento de Obras Municipais] e, a certa altura, usa um tom de alguma chantagem e a dizer que não estava agarrada a nenhum tipo de permanência", contou Paulo Vistas.
 
Perante os argumentos da vereadora, o autarca disse ter então optado por elaborar um despacho de avocação de pelouros, datado de 27 de fevereiro.
 
Apesar de não ter estado presente na reunião, a vereadora Madalena Castro disse à Lusa que assegurou que irá manter as suas funções como vereadora na Câmara de Oeiras "até ao fim do mandato".
 
"Sou vereadora eleita, número dois e, por isso, continuarei a ser vereadora na Câmara de Oeiras até ao fim do mandato e votarei em consciência nas deliberações que foram a reunião, consoante as propostas estejam elaboradas de acordo com a lei", disse a vereadora.
 
Madalena Castro acusou a autarquia de ter aprovado propostas que não cumpriam a lei e que isso já lhe valeu multas superiores a 5 mil euros.
 
"A verdade é que houve propostas que foram aprovadas em reunião de câmara que afinal não estavam elaboradas de acordo com a lei e, só nos últimos meses, já fui notificada a pagar multas de 5.550 euros. Eu vivo do meu salário e não tenho disponibilidade financeira para isso", afirmou.
 
A vereadora afirmou que estas irregularidades surgiram "por vezes, devido a falhas dos serviços, outras vezes porque não houve o devido cuidado", estando relacionadas com as funções do diretor do Departamento de Obras Municipais, Nuno Vasconcelos, e sublinhou que "isso não deveria voltar a acontecer".
 
Presente na reunião pública de câmara hoje, a Lusa questionou Nuno Vasconcelos que, sem querer prestar mais esclarecimentos, disse apenas: "é um problema político e eu não quero que a parte técnica seja envolvida".
 
A vereadora Madalena Castro, que integra os executivos da câmara desde 2005 pelo IOMAF era responsável pelas obras municipais, trânsito e transportes, espaços verdes, iluminação pública e controlo das intervenções dos concessionários de serviços públicos.
 
O presidente da Câmara de Oeiras disse que a redistribuição de pelouros será feita "em breve".