Vimeca adia fim dos passes intermodais até final de junho

A transportadora rodoviária Vimeca anunciou hoje que o fim dos passes intermodais, previsto para abril, foi adiado para julho, para dar tempo de chegar a um acordo com o Governo.
Na página da Internet da Vimeca, pode logo ler-se a informação de que os "passes sociais L1, L12, L123, L123SX, L123MA, L123FS, 012, 023 e 123 são válidos até 30 de junho".
Numa nota enviada à Lusa, a administração da empresa acrescenta que, "no seguimento das conversações havidas com as autoridades competentes de transportes, a Vimeca decidiu adiar a restrição da utilização dos passes intermodais nas suas carreiras por mais 90 dias, de forma a permitir que neste prazo seja encontrado um acordo sustentável com o Estado para a liquidação dos valores em dívida há muito vencidos".
A decisão de suspender os passes a partir de 01 de abril tinha motivado várias manifestações de utentes e de sindicatos, além da oposição das câmaras dos municípios onde a transportadora opera (Amadora, Cascais, Odivelas, Oeiras e Sintra).
No início de março, as cinco autarquias manifestaram-se "totalmente contra" a decisão, por implicar "graves transtornos" aos utentes.
O passe intermodal da Vimeca permite aos utentes o acesso a diferentes operadoras de transporte público na zona de Lisboa, como o Metro, a Carris e a CP - Comboios de Portugal, com valores mais reduzidos quando comparados com a aquisição individual de cada um dos títulos de transporte.
Contactado pela Lusa, o dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) Fernando Fidalgo mostrou-se apenas "temporariamente satisfeito" com a decisão da empresa, que considerou, contudo, ser um "recurso estratégico".
"Ficamos satisfeitos porque quer dizer que a contestação dos utentes, juntamente com a influência das câmaras, fez-se ouvir. No entanto, a decisão foi apenas adiada", afirmou o sindicalista.
Outras três transportadoras da região de Lisboa - a Rodoviária do Tejo, a Barraqueiro e a Transportes Sul do Tejo - informaram que não vão acabar com os seus passes intermodais, como temido pelas autarquias.