A transportadora rodoviária Vimeca voltou a adiar o fim dos passes intermodais, previsto para abril e depois para o final de junho, por mais um mês, para dar tempo de chegar a acordo com o Governo. Na página da Internet da Vimeca, que opera na Grande Lisboa, pode ler-se a informação de que "são os últimos 30 dias, a somar aos 180 já dados pela Vimeca, para o Estado cumprir: o pagamento das compensações financeiras de 2011 e 2012; a aplicação da chave de repartição de 2007 dos passes sociais".
Assim, os passes sociais L1, L12, L123, L123SX, L123MA, L123FS, 012, 023 e 123 ainda são válidos até 31 de julho.
"A Vimeca não quer fechar as suas portas. Estamos a defender o seu transporte", assegura a transportadora.
A decisão de suspender os passes a partir de 01 de abril tinha motivado várias manifestações de utentes e de sindicatos, além da oposição das câmaras dos municípios onde a transportadora opera - Amadora, Cascais, Odivelas, Oeiras e Sintra.
No início de março, as cinco autarquias manifestaram-se "totalmente contra" a decisão, por implicar "graves transtornos" aos utentes.
Posteriormente, a empresa havia anunciado o alargamento do prazo do fim dos passes intermodais para o final de junho, mas as manifestações persistiram.
O passe intermodal da Vimeca permite aos utentes o acesso a diferentes operadoras de transporte público na zona de Lisboa, como o Metro, a Carris e a CP - Comboios de Portugal, com valores mais reduzidos quando comparados com a aquisição individual de cada um dos títulos de transporte.
Contactado hoje pela Lusa, o dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) Fernando Fidalgo disse que o novo adiamento não representa "nada de significativo", porque, justifica, "a decisão não depende da administração da Vimeca".
"Sabemos que depende da administração central e enquanto eles não fizerem nada e não derem segurança à administração da Vimeca fica tudo na mesma e isso é que não pode ser. Vão adiando, vão adiando, mas se a administração central não fizer nada sabemos que os passes sociais vão mesmo acabar", afirmou o sindicalista.