Xávega exige novas regras para pesca do carapau

Os pequenos armadores da Xávega da Fonte da Telha e Costa da Caparica pretendem que seja revista a regra relativamente à apanha de carapau. A lei proíbe a captura de indivíduos desta espécie com menos de 12 centímetros, mas os pescadores dizem que esta arte de pesca não permite saber que peixe vem na rede.

“Só quando a rede chega à praia e é aberta, é que sabemos qual a dimensão do pescado”, refere Jorge Amorim, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul (STPSul). “Quem conhece minimamente a Xávega sabe que é uma arte cega, que quando se larga a rede e depois se a puxa, não se sabe que peixe traz e muito menos se o carapau tem 12 ou menos centímetros”, acrescenta.

Mas quando a dimensão deste pescado é ilegal, é apreendido pelas autoridades e devolvido ao mar “muitas vezes já morto, o que não tem qualquer contributo para a preservação da espécie”, comenta o sindicalista.

Por isso o sindicato reuniu no passado dia 25 de Agosto, na Fonte da Telha, num plenário com as campanhas da pesca e pequenos armadores onde decidiram propor à tutela das pescas novas regras mais adequadas a quem vive da pesca e para “proteger” a espécie em causa.

Nesta proposta os profissionais da pesca pretendem que seja eliminada a regra sobre o tamanho mínimo no primeiro lance, sendo permitida a sua venda. Em contrapartida, os barcos em vez de se fazerem ao mar mais três ou cinco vezes na mesma maré, fazem uma paragem da captura até nova maré. Esta reclamação aprovada na Fonte da Telha vai também ao encontro da proposta dos pescadores da Arte Xávega de Mira, Vagueira, Torreira, Furadouro, Cortegaça, Esmoriz e Espinho, avança o sindicato.

O STPSul em conjunto com a Federação dos Sindicatos da Pesca, comprometeram-se defender esta reclamação dos profissionais da Xávega, tendo sido já pedidas, com carácter de urgência, uma reunião com o Secretário de Estado do Mar, com a Comissão de Pescas da Assembleia da República e todos os grupos parlamentares.

Entre a Fonte da Telha e a Costa da Caparica são nove as embarcações dedicadas à arte Xávega, o que no total envolve cerca de uma centena de pessoas.