Nome de ex-autarca atribuído a ligação Cavaleira-Ouressa.
Numa cerimónia que contou com a presença de autarcas de diferentes quadrantes partidários, o que revela a dimensão humana e amor à causa pública do homenageado, a freguesia de Algueirão-Mem Martins prestou tributo público a Orlando Raposo, quase onze anos após a sua morte, com a atribuição do seu nome à ligação entre Cavaleira e Ouressa. Uma obra que, aliás, foi uma das principais ‘lutas’ deste autarca, que presidiu à Junta de Freguesia no mandato de 1989/1993 e viria a ser reeleito em 2001. Uma actividade em prol da comunidade, que o adoptou em 1968, interrompida a 25 de Janeiro de 2002, mas que marcou os muitos amigos que, na tarde do passado sábado, não quiseram deixar de se associar à justa homenagem.
"Uma justa homenagem a um dos mais brilhantes políticos da nossa terra". Foi assim que o presidente da Junta de Freguesia, Manuel do Cabo, justificou o tributo a Orlando Raposo, "um homem de vários trajectos, e de projectos também, na sua vida familiar, profissional, autárquica e política". Como autarca estava sempre "presente, preocupado e disponível". O eleito autárquico destacou no seu antecessor "a delicadeza como assumia a responsabilidade de governar a Junta de Freguesia e a relação cordial e sincera que partilhava com os funcionários e membros do executivo".
Para o presidente da Câmara de Sintra, que conheceu Orlando Raposo num "tempo de transição política em Sintra", a presença de autarcas de diferentes forças políticas, na cerimónia de descerramento da placa toponímica, revela a justeza desta homenagem a quem "lutou por Algueirão-Mem Martins". Dirigindo-se à viúva do homenageado, desafiou Eugénia Raposo "a passar por aqui, olhe para a placa e sinta-se bem".
Maria João Raposo, filha do homenageado, agradeceu a todos os que, ao longo de quase onze anos, "têm estado sempre próximos" de si e da sua mãe, quando se encontram "mais frágeis, mais sensíveis e mais tristes", e a quem tornou possível esta homenagem, em especial a Junta de Freguesia e a Câmara de Sintra. Uma homenagem perpetuada numa artéria classificada como a mais apropriada porque constituiu, sem dúvida, uma das principais ambições do ex-autarca. "O meu pai costumava dizer que foi eleito pela população desta freguesia e, por essa razão, tinha como responsabilidade contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes de Algueirão-Mem Martins". "Foi imbuído deste espírito de bem-servir, conjugado com a percepção das vantagens da existência de uma ligação rodoviária entre Algueirão e Mem Martins, que o levou a idealizar este projecto", salientou a filha do homenageado, que destacou "o esforço, determinação e tempo que dedicou para que este sonho se tornasse realidade". Embora não tivesse tido a oportunidade de ver a obra concretizada, "por nos ter deixado de forma prematura", aos 65 anos de idade, foi-lhe conferida agora "a honra do registo público do seu nome ligado a esta avenida".
Nascido em Paço de Arcos em 1936, onde se dedicou à prática de hóquei em patins, Orlando Raposo veio viver para Algueirão-Mem Martins aos 32 anos, por motivos profissionais. Ao longo de 30 anos, foi administrador de uma empresa alemã da indústria farmacêutica, sediada na freguesia. O desejo de servir a comunidade, como militante e dirigente local do PSD, assumiu maior estatuto ao ser eleito como presidente da Junta de Freguesia em 1989, seguindo-se passagens pela Assembleia de Freguesia e pela Assembleia Municipal, tendo sido reeleito em 2001 para a liderança da freguesia de Algueirão-Mem Martins. A morte interrompeu a dedicação à causa pública a 25 de Janeiro de 2002.