O presidente da Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML), António Lamas, renunciou ao cargo na sociedade que gere os parques e monumentos de Sintra, com efeitos a partir de hoje, segundo o próprio comunicou aos trabalhadores.
“Termino esta segunda-feira 27 de outubro a minha colaboração formal com a PSML”, informou António Lamas, numa comunicação “a todos os colaboradores da PSML”, a que a agência Lusa teve acesso.
O presidente da sociedade desde 2006 recordou “os progressos conseguidos, marcados pelos muitos projetos de recuperação do património que a empresa gere - que aumentou (Palácios de Sintra e Queluz e Escola Portuguesa de Arte Equestre) pela confiança pública” do trabalho desenvolvido, aumento de visitantes e prémios recebidos.
“Foram quase nove anos de intenso trabalho, com uma excecional equipa, que recordarei para sempre como um dos melhores períodos da minha vida profissional”, acrescentou António Lamas.
Na comunicação, o presidente cessante explicou que o conselho de administração nomeou, na semana passada, Manuel Baptista como administrador delegado, para que até à nomeação da nova administração para o triénio 2015-2017 o trabalho desenvolvido “não sofra perturbações”.
“Espero poder utilizar noutros projetos públicos a experiência do ‘caso PSML’, como é conhecido”, admitiu António Lamas, que se despediu agradecendo a “colaboração” de todos.
António Lamas deve agora ser nomeado presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), após o falecimento de Vasco Graça Moura, em abril deste ano, conforme anunciou em setembro uma fonte oficial da Secretaria de Estado da Cultura à agência Lusa.
A comunicação surge após o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), ter anunciado na última sessão do executivo que o ministro do Ambiente lhe disse que António Lamas “ia pedir a renúncia, uma vez que ia para Lisboa fazer o mesmo que fez em Sintra no eixo Belém-Ajuda”.
O autarca acrescentou que, na altura, comunicou ao ministro Jorge Moreira da Silva que “Sintra não está confortável com a posição que tem” no capital da PSML.
A sociedade é detida pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças (35 %), Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (35), Turismo de Portugal (15) e município de Sintra (15).
“A ideia é nós termos um capital de 50%, se for necessário comprá-lo, compramos”, afirmou Basílio Horta, considerando que com a repartição do capital “a sinergia entre as duas entidades será muito melhor”.
O presidente da autarquia esclareceu ter recusado que todas as competências fossem entregues a Manuel Baptista e que o administrador indicado pela câmara, João Lacerda Tavares, não ficasse com qualquer atribuição.
“Era humilhante para a pessoa e era desconfortável para a câmara”, justificou Basílio Horta, que adiantou que os dois administradores vão repartir as competências entre si.
A PSML gere o parque e palácio da Pena, o ‘chalet’ da condessa d’Edla, o castelo dos Mouros, o convento dos Capuchos, os jardins e o palácio de Monserrate, os palácios nacionais de Sintra e de Queluz e a Escola Portuguesa de Arte Equestre.
António Lamas é formado em engenharia civil pelo Instituto Superior Técnico e presidiu ao Instituto Português do Património Cultural e à Junta Autónoma de Estradas.
Apesar dos vários contatos, não foi possível obter um comentário de António Lamas.