Cooperativa Agrícola de Sintra renasce para apoiar sector

Com 60 anos de existência em defesa da agricultura da região, a Cooperativa Agrícola de Sintra quer reforçar os serviços prestados aos agricultores. Com sete lojas abertas no concelho, em Sintra, Sabugo, Queluz, Mem Martins, Colares, Arneiro e Albarraque, a instituição quer voltar a afirmar-se como um dos principais suportes de apoio aos agricultores sintrenses.

Com nova direcção em funções desde Janeiro, liderada por Vicente Paulo (que preside também à Adega Regional de Colares) e com João Chaves (secretário) e Luís Leote (tesoureiro), a instituição quer continuar “a incentivar a agricultura no concelho” e, para isso, uma das apostas passa por utilizar as lojas como “ponto de escoagem dos produtos dos agricultores”, deixando de apenas ser apenas um mero pólo de comercialização dos produtos intermédios, como adubos, agroquímicos e sementes, ou de máquinas indispensáveis ao trabalho na terra (como agente oficial Honda e Stihl). Apesar do aumento da concorrência nesta área, os responsáveis da Cooperativa Agrícola vão tentar proporcionar preços mais acessíveis nos produtos que disponibilizam, incluindo rações e alimentos para animais domésticos.
Com um técnico superior nos seus quadros, num universo de 30 funcionários, a instituição pretende reforçar “os serviços prestados” ao nível da assistência técnica agrícola, inclusivamente com deslocações às explorações. Nas instalações da sede da instituição (na Rua do Alecrim n.º 3, junto à Escola Básica Integrada D. Carlos I), os associados, cerca de 18 mil, podem contar ainda com um gabinete de candidaturas a subsídios e ao gasóleo agrícola. Em Colares, a Cooperativa conta com câmaras frigoríficas que podem receber produtos hortofrutícolas.
Apesar de 18 mil agricultores nos ficheiros da cooperativa, apenas 10 mil recorrem, com mais frequência, aos serviços da instituição. Vicente Paulo não esconde que gostaria de tornar mais efectiva a ligação da Cooperativa com os  seus associados. “Um dos nossos propósitos é a actualização da base de dados e o contacto permanente entre a Cooperativa e o associado, para que este saiba em que é que a instituição lhe pode ser útil”, salienta o presidente da direcção. “Seria importante fazer regressar muitos ao nosso contacto, que inclusivamente já pensavam que a Cooperativa tinha acabado”, reforça João Chaves. “É fundamental fazer chegar ao meio rural a ideia de que a Cooperativa Agrícola renasceu”, sublinha este responsável.
Embora com facilidades para os seus associados, as lojas da Cooperativa Agrícola de Sintra estão abertas a toda a comunidade. “Além dessas sete lojas, teremos de estar, obrigatoriamente, nos pontos chave da agricultura no concelho”, frisa Vicente Paulo, adiantando que a expansão da rede de lojas será concretizada de acordo com as possibilidades da instituição, o mesmo acontecendo com a modernização das lojas existentes.
“A Cooperativa vende essencialmente para a jardinagem e para a agricultura de autoconsumo, como adubos, máquinas, produtos agroquímicos e material de rega”, explica Jorge Rafael, os técnico superior da instituição agrícola, que considera que uma das ajudas essenciais que pode ser prestada “é o escoamento dos produtos, mais do que a obtenção de subsídios”.
No âmbito da assistência técnica agrícola, com o apoio a ser prestado nas próprias explorações, as intenções são vastas desde “uma maior aposta na formação até realizar reuniões entre agricultores para definir para onde se deve caminhar, com que apoios técnicos e avanços tecnológicos”, frisa João Chaves.
Para melhor operacionalizar a estrutura da cooperativa agrícola, a direcção pretende alterar os estatutos de forma a delimitar os diferentes sectores, como a prestação de serviços, o fornecimento de produtos intermédios e a central hortofrutícola. A proposta carece de aprovação em assembleia-geral.
João Carlos Sebastião