Festival Periferias une povos e culturas

O Festival Periferias, que vai decorrer de 1 a 11 de Março, promete unir os povos através das artes performativas. Ao longo de onze dias, em diferentes palcos, o destaque recai nos artistas de língua portuguesa, incluindo de Cabo Verde, Guiné Bissau Guiné Equatorial e Angola, para além de companhias nacionais de Águeda, Covilhã, Vila Franca de Xira e Gondomar e grupos oriundos de Guiné Bissau e Brasil.
Este ano, pela primeira vez, o certame reúne duas companhias espanholas, “expandindo a diversidade de culturas dos espectáculos”, como explica a organização, a cargo da associação Chão de Oliva, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Sintra. A programação varia, assim, entre espectáculos de teatro, música, dança, marionetas, exposições, oficinas, contos e feira do livro.
Nuno Correia Pinto, presidente da direcção da associação  de difusão cultural Chão de Oliva, explica que, através do festival, o objectivo é “estabelecer relações de aprendizagem e partilha entre diversas culturas e promover a inclusão, apostando numa oferta nacional e internacional nos espectáculos do festival, com o melhor das artes performativas vindas de outras zonas periféricas”. 
“A língua portuguesa acaba por ser a ponte de ligação e as artes performativas a ferramenta. Para nós, o contacto com as artes revela-se fundamental, pois é o que nos permite transmitir a felicidade que o teatro, a dança, a música, proporcionam”, realça Nuno Correia Pinto, em relação a um certame, criado em 2011, com o objectivo de inovar a oferta da companhia sintrense e aproximar a cultura da comunidade em geral.
Além da Casa de Teatro de Sintra, do MU.SA e das ruas da vila, o Periferias vai decorrer no Centro Cultural Olga Cadaval e no Palácio Nacional de Queluz. 
O monumento nacional será palco, no dia 3, de Março, pelas 21h30, de um espectáculo de homenagem à opera da autoria do grupo Inestética, vindo de Vila Franca de Xira, que consiste numa adaptação inédita do poema ‘Tabacaria’, de Álvaro de Campos, para barítono, soprano e ensemble. Um espectáculo que adapta um poema que aborda a estranheza da existência e a incompreensão do real.
Após a abertura do festival no MU.SA, a 1 de Março, pelas 19h00, com o d’Orfeu (Águeda) a apresentar o espectáculo ‘Reportório Osório’, uma colecção de canções  que alia a escrita de Luís Fernandes e a música de Luís Cardoso, o evento prossegue, nesse mesmo dia (às 23h00), no Legendary Café, com o Faísca Teatro a interpretar ‘Luto’.  
Na noite de sexta-feira, dia 2, é a vez da Casa de Teatro de Sintra receber o Asta Teatro, da Covilhã, para apresentar a peça ‘Paradjanov ou a Celebração da Vida’. 
A casa do Chão de Oliva será palco no domingo, às 21h30, da peça ‘Um Encuentro com Miguel Hernandez’, a cargo da companhia espanhola Guirigai, em que os artistas vão dançar, sonhar, sofrer, rir, lutar e apaixonar-se, criando “uma coreografia de emoções em estreita relação com o espectador”.
Nesse mesmo dia, às 16h00, o Centro Cultural Olga Cadaval recebe ‘A Casa dos Ventos’, um espectáculo de marionetas, pela companhia Mandrágora (Gondomar).
Presença habitual na arte perfomativa em Sintra, Tânia Safaneta apresenta-se, no dia 7 (22h30) e no dia 8 (23h00), com ‘uma coisa ao vivo’, no Sabot Bar e no Legendary Café, respectivamente, para espectáculos ao estilo de ‘Stand-Up comedy’ que constituem, sempre, um desafio para o espectador.
No dia 8, às 19h00, o MU.SA vai ser o palco escolhido pelo grupo sintrense Moonshiners, para um concerto de Jazz e Blues, seguindo-se, à noite, no Centro Cultural Olga Cadaval, o teatro de Manuel Wiborg, intitulado ‘O Homem  da Viola’, em que o músico de rua é o ponto de partida e de chegada para este monólogo de Jon Fosse.
Welket Bungué (Guiné Bissau) apresenta a performance ‘Tchon Di Balanta’ na Casa de Teatro, no dia 9, às 21h30, numa união entre a Guiné Bissau, Portugal e Brasil. O mesmo palco recebe, no dia seguinte, Giovanni Lourenço (Angola), com ‘Preta’, um espectáculo que parte das memórias do criador, quando, nos anos 90, chegado de Luanda, passa a viver no Bairro do Fim do Mundo. No derradeiro dia (11), às 21h30,  a Companhia de Teatro de Sintra e o Grupo Teatro Oprimido (Guiné Bissau) encerram o festival, com a peça ‘Dois Tiros e Uma Gargalhada’, um texto de Abdulai Silá com adaptação de João de Mello Alvim. Nessa tarde, no Centro Cultural Olga Cadaval, vão brilhar as marionetas da companhia espanhola Cia Zero em Conducta, com o  espectáculo ‘La Dernière Danse de Brigitte’. 
Os preços dos bilhetes do festival variam entre os 7,50€ e os 12,50€, consoante o espaço do espectáculo, sendo alguns de entrada gratuita.
 
João Carlos Sebastião