Legionella: Empresa responsável pela manutenção quer investigação alargada a outras fontes

Legionella: Empresa responsável pela manutenção quer investigação alargada a outras fontes
A Veolia, responsável pela manutenção da central de trigeração do Hospital São Francisco Xavier, defendeu hoje que o âmbito da investigação devia ser alargado pois da sua parte não detetou nada que justificasse a dimensão do surto de 'legionella'.
 
“É hoje claro ser indispensável alargar o âmbito da investigação para melhor compreender o quadro deste surto”, refere a Veolia em comunicado, sublinhando que apenas opera “a central de trigeração” e que há outros pontos, dentro e fora do perímetro do hospital, que deveriam ser investigados.
 
Para compreender a totalidade do quadro deste surto, que infetou 56 pessoas, das quais cinco morreram, a empresa defende que é preciso “proceder a investigações complementares para além das instalações operadas pela Veolia Portugal”.
 
“Parece-nos, pois, indispensável testar todos os sistemas de água: os depósitos de água, sistemas de água quente e fria, circuitos de climatização e a ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais]”, defende.
 
“Será ainda necessário testar eventuais fatores externos nas proximidades do Hospital. Acreditamos que todos estes elementos foram já testados e fazem parte do trabalho de investigação da DGS, cujas conclusões ainda não nos foram comunicadas”, acrescenta.
 
No comunicado, a Veolia aponta, além do sistema de trigeração de cuja manutenção é responsável, outros sete pontos, entre eles uma fonte urbana fora do perímetro do hospital e o circuito de difusão de ar, a estação de tratamento de ar e o sistema de água quente sanitária da unidade hospitalar.
 
Na investigação que fez, a Veolia diz que não foi encontrada "qualquer ação ou omissão significativa suscetível de explicar a amplitude deste surto", que o plano de prevenção do risco de ‘legionella’ implementado “está em conformidade com as regras vigentes em Portugal e com as referências internacionais” e que “não houve qualquer indicador nem elemento que justificasse a alteração deste plano de prevenção”.
 
As conclusões da investigação solicitada pela Veolia a uma equipa interna de peritos internacionais, segundo a empresa, permitem afirmar que “não houve qualquer negligência" nas atividades por ela desenvolvidas.