Pescadores de Cacilhas exigem local para a descarga do pescado

Cerca de três dezenas de pescadores de Cacilhas reclamam um local de acostagem para descarga de pescado, depois de terem sido intimados a abandonar o pontão da Transtejo, que utilizavam há 30 anos, disse à Lusa fonte sindical.

A exigência consta de uma resolução aprovada por unanimidade num Tribuna Pública promovida pelo Sindicato das Pescas do Sul, que decorreu ao final da tarde de sexta-feira, em Almada, em que os pescadores dão um "prazo de 15 dias" para que lhes seja apresentada uma alternativa viável.

Segundo revelou à Lusa o coordenador do sindicato, Jorge Amorim, os pescadores consideram que a zona da Mutela seria uma boa alternativa, mas não obtiveram resposta ao pedido de audiência que fizeram à Empresa Pública "Baía do Tejo, entidade que tem a tutela daquele espaço.

"A Mutela é uma hipótese encarada de braços abertos pelos profissionais da pesca, mais a mais havendo abertura da Administração do Porto de Lisboa (APL) para criar nessa zona o mínimo de condições (cais flutuante, melhoramento do acesso viário, e ordenamento com poitas) para alojar os pescadores de Cacilhas, solução que também tem o aval da autarquia almadense", disse.

"Se não obtiverem resposta no prazo de 15 dias, os pescadores admitem adoptar novas formas de luta, que poderão passar por um desfile de embarcações nas águas do Tejo, iniciativa que poderá perturbar as carreiras fluviais entre Cacilhas e o Cais do Sodré", acrescentou.

Há cerca de um mês que os pescadores de Cacilhas estão impedidos de utilizar o espaço onde faziam a descarga do pescado há cerca de 30 anos, dado que tiveram de abandonar o pontão da Transtejo para a construção da sede do Clube Naútico de Almada.

Os pescadores exigem, por isso que o governo encontre uma solução que permita a disponibilização de um espaço para voltarem a exercer a actividade piscatória.