O projeto de construção de um supermercado Aldi no pinhal do Banzão, freguesia de Colares, está a preocupar moradores e comerciantes, mas fonte oficial da Câmara de Sintra assegurou que o estabelecimento ainda não foi autorizado.
Segundo fonte oficial da autarquia, "no início de abril" deu entrada um pedido de informação prévia sobre a viabilidade da instalação de uma pequena superfície comercial, com "cerca de 900 metros quadrados, num terreno do Banzão.
"Atendendo a algumas questões de acessibilidades na zona, e das características de construção urbana do local, à partida vê-se ali fortes condicionantes para um equipamento daquele género", admitiu a fonte municipal, acrescentando que o pedido "está a ser apreciado", mas "não está autorizado".
Os moradores e os comerciantes na zona estão preocupados com a nova superfície comercial, projetada para uma área de pinhal, à beira da Avenida Atlântico, que liga Colares às principais praias de Sintra.
Para Micaela Butnaro, do minimercado Pomarinho da Várzea, o projeto vai afetar "o comércio tradicional", mas também apoia os receios dos moradores, "porque estar a mandar tudo abaixo para construir um Aldi naquela zona não faz muito sentido".
A comerciante adiantou que a população tenciona "fazer um abaixo-assinado, porque há pessoas revoltadas, e assistir à assembleia municipal", para alertar a autarquia das consequências da construção do supermercado.
Um morador no Mucifal, Pedro Macieira, confirmou existir preocupação do "pequeno comerciante que sente que vai ficar lesado", mas também de residentes.
O terreno possui uma casa abandonada, rodeada de arvoredo, e Pedro Macieira notou que o "espaço de estacionamento vai obrigar ao derrube de muitas árvores, principalmente de pinheiros, e à demolição da vivenda, que tem algum valor histórico".
Além de o espaço se situar no Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC), o morador acrescentou que a moradia, apesar de fechada há muitos anos, "faz parte daquela ornamentação da avenida, que tem um ambiente de vivendas, que vai desaparecer, e criar um conflito de trânsito".
"É uma pequena superfície, mas é numa área muito pequena, muito restritiva, e se há locais em que faz mossa é no Banzão", considerou Manuel do Cabo, presidente cessante da Associação Empresarial do Concelho de Sintra (AECS).
O representante dos comerciantes apontou o exemplo do Magoito, onde a instalação de um supermercado Minipreço, "afundou tudo à volta".
"É uma péssima medida e ali não tenho dúvidas de que não vai criar emprego, vai criar mais desemprego", frisou.
O presidente da Junta de Freguesia de Colares, Rui Santos, admitiu a sua "preocupação com os pequenos comerciantes, porque vai rebentar com tudo", mas a decisão não pertence à autarquia local.
Em comunicado, o movimento independente Sintrenses com Marco Almeida anunciou que pediu informação à autarquia sobre a superfície comercial, "numa zona protegida do PNSC, que conduzirá ao abate de muitos pinheiros e suscitará a descaracterização desta zona de pinhal", além da "concorrência a um comércio tradicional já por si muito frágil".