Assunção Cristas vai receber no próximo dia 9 de Julho os autarcas de Almada para debater a reprogramação do Programa Polis na Costa da Caparica. Será a segunda vez, desde Setembro do ano passado, que a ministra do da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território se senta à mesa com a presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa, o presidente da Assembleia Municipal, José Manuel Maia e o presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, António Neves, para tentarem resolverem o impasse de um programa que se arrasta há anos e tem esgotado a paciência da população, comerciantes e autarcas.
Esta reunião acontece depois dos autarcas terem pedido a intervenção do próprio primeiro-ministro e protestado com contra a reprogramação, alegadamente à revelia do accionista município, apresentada recentemente pelo conselho de administração do accionista Estado, que representa 60 por cento da Sociedade Costapolis. Para além exigir que seja mantido o enquadramento financeiro para este programa, a autarquia considera que o mesmo só tem possibilidade de se realizar integralmente se o prazo de execução for alargado até 2017. Ora a proposta do Estado é que o Polis da Costa da Caparica termine já em 2013. “Isto não é possível”, afirmava recente recentemente a presidente da Câmara de Almada ao Jornal da Região.
Dos oito projectos estruturantes do programa apenas dois têm planos de pormenor em fase final, pelo que é de esperar que na reunião de segunda-feira os autarcas apresentem à ministra a realidade que está no terreno e voltem a exigir um prazo de obras até 31 de Dezembro de 2017. A continuidade deste plano estratégico foi, aliás, aprovada na última Assembleia Municipal de Almada, por maioria. O PSD, PS e BE votaram a favor da moção da CDU, assim como os presidentes das onze juntas de freguesia. Apenas os dois deputados municipais do CDS votaram contra.
Após a votação o social-democrata António Neves, presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, fez uma declaração de voto onde não poupou o Governo. “Infelizmente o Governo não consegue ver que está a ser mal informado por quem está contra o desenvolvimento sustentado da Costa da Caparica”. Para o presidente da cidade da Costa não é entendível que em outras zonas turísticas do país “tudo seja feito para a requalificação e atracção turística”, enquanto na Costa da Caparica, “nem as escadas de acesso ao areal são reparadas. Algumas terminam a mais de dois de altura da praia”.
Outra das matérias sensíveis que muito provavelmente vai ser abordada no gabinete de Assunção Cristas é a questão das Terras da Costa, uma zona onde o autarca alega “existirem muitos interesses”. Lembre-se que o espaço canal para Estrada Nacional 377-2 – que permite desviar o trânsito do centro da cidade e aliviar a actual estrada florestal – passa por estes terrenos, mas a sua construção tem sido contestada pelo CDS e pela Quercus.