Autarcas e utentes consideram que situação na Transtejo é insustentável

O presidente da Câmara do Seixal afirmou hoje que a situação na empresa Transtejo "é insustentável", referindo que a população está a ser prejudicada por "pagar um serviço" fluvial do qual não usufrui.
 
O presidente da autarquia, Joaquim Santos (PCP), acompanhado pelo presidente da União das Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, António Santos, e vários elementos da Comissão de Utentes dos Transportes apanharam hoje o barco para Lisboa, como forma de mostrar a sua solidariedade para com a população do Seixal.
 
"Esta é uma situação insustentável, que prejudica diariamente a população, que paga um serviço do qual não usufrui. Basta referir que desde 2011 já foram suprimidas 16 carreiras diárias e que se tem vindo a acentuar o desinvestimento da empresa na manutenção e reforço da frota", afirmou o autarca.
 
Joaquim Santos defendeu que, apesar das várias reuniões e reivindicações da autarquia, até ao momento "nada foi feito", lembrando que em junho deste ano o Ministério do Ambiente anunciou um investimento de 10 milhões de euros para o plano de manutenção da frota de navios da Transtejo e Soflusa.
 
O autarca salientou que a população tem apresentado "milhares de reclamações", mas que não obtém respostas.
 
A Transtejo é a empresa responsável pelas ligações do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão com Lisboa, enquanto a Soflusa faz a ligação entre o Barreiro e a capital.
 
Na Soflusa, no dia de hoje, foram suprimidas algumas das carreiras previstas por a empresa só dispor de quatro navios operacionais
 
De acordo com a companhia, o navio 'Damião de Goes', que está a ser reparado, pode sair a qualquer o momento do estaleiro e retomar a sua atividade, "o que permitirá minimizar a diminuição de carreiras nas horas de ponta".
 
"Apesar de a empresa estar a desenvolver todos os esforços para repor a normalidade das carreiras, poderá continuar a verificar-se alguma diminuição de carreiras", revelou a transportadora.
 
Na sexta-feira, a Soflusa anunciou que não vai conseguir assegurar esta semana todas as carreiras, por "indisponibilidade da frota".
 
A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), afeta à CGTP, referiu que os "constrangimentos de serviços e problemas acrescidos para os utentes têm sido a norma no dia de hoje", devido à redução de mais um navio ao serviço.
 
"Deviam ser seis e até ao final da semana, pelo menos, serão apenas quatro e, nestes momentos, é preciso relembrar que existem responsáveis por esta situação, que não são os trabalhadores, mas os governos e suas administrações, que apostaram na redução do serviço público", salienta em comunicado.
 
Os trabalhadores da Soflusa já decidiram, em plenário, avançar para uma greve ao trabalho extraordinário.