Bombeiros da Amadora: Finanças em alerta máximo

A situação de estrangulamento financeiro que tem vindo a afectar as corporações de bombeiros do país, devido às alteração no financiamento do transporte de doentes não urgentes, já levou a corporação da Amadora a falhar o pagamento dos subsídios de férias. Na semana passada, a direcção ponderou alertar a população para as dificuldades económicas da corporação que estão a afectar a prestação do serviço. O futuro da instituição pode estar em risco.
Os bombeiros já venderam duas viaturas, mas mesmo assim isso não chega para fazer face às despesas que crescem de dia para dia, sem que os apoios sofram aumentos. “Neste momento, temos uma despesa fixa em ordenados e combustíveis no valor de 100 mil euros por mês, mas só recebemos apoio de 63 mil euros da Câmara Municipal, 16 mil euros da Autoridade Nacional de Protecção Civil e de 7 mil euros do INEM, de fora ficam ainda o pagamento de dívidas a fornecedores”, explica Maria Alcide Marques, presidente da instituição, acrescentando que “a situação é insustentável”.
Segundo a presidente, “alguns membros da direcção já chegaram a colocar dinheiro do seu bolso para pagar a fornecedores, mas esta não pode ser a solução”.
Mas nem os esforços para recolha de donativos, com a realização de bailes e noites de fado, conseguem fazer face às despesas de modo a equilibrar as contas. “Temos tido aumentos de combustíveis e de electricidade por um lado, por outro temos tido cortes nos apoios, sendo que o subsídio da Câmara se tem mantido” explica Maria Alcide Marques. “Podemos apelar à população e empresas para nos apoiarem, mas estas são receitas pontuais, nunca serão a solução para os nossos problemas financeiros”, explica, acrescentando que “também as empresas estão a passar por dificuldades, como tal, este apoio deveria vir do Estado”.