Para Marques Mendes as próximas eleições autárquicas vão marcar a diferença entre os autarcas empreendedores e os autarcas que só mostram obra física. “Este é o tempo dos autarcas capazes de gerar emprego”.
O ex-presidente do PSD falava durante a apresentação pública do candidato social-democrata à Câmara de Almada, António Neves, a quem se referiu como “um digno líder” que “sabe traçar um caminho”. Um perfil ainda mais relevante quando Almada “começa um novo ciclo” com a saída da “dinossaura” presidente da câmara. Referia-se à comunista Maria Emília de Sousa que atingiu o limite de mandatos.
Mas Marques Mendes também reconhece que estas eleições vão acontecer durante um “período difícil para o PSD”, por isso alertou António Neves para os ataques que vão vir, principalmente, do lado do PS. “Vão dizer que o Governo governa mal”. Mas, “não tenha problema em dizer-lhes que é verdade que o Governo cometeu erros, mas a falha maior foi do governo anterior que deixou cair o país na banca rota e meteu a troika cá dentro”.
Num elogio ao trabalho de António Neves como presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, em que “soube colocar os interesses locais à frente das questões partidárias”, Marques Mendes aconselhou-o a “não fazer uma campanha com base em promessas, mas com base nos exemplos do trabalho feito”. É que os almadenses “são inteligentes e percebem a diferença entre quem lhes fala por conveniência e quem lhes fala com convicção”.
Uma referência também feita por Nuno Matias, presidente da Concelhia do PSD de Almada, que se referia a António Neves como um autarca que “tem paixão” pelo concelho e “sabe construir soluções. E acrescentava: “tem a ambição de não deixar Almada perder oportunidades”.
Perante uma sala que reuniu mais de 300 apoiantes da candidatura de António Neves, o presidente da concelhia tentou desmistificar o poder eleitoral da CDU em Almada. “Quem tem ganho as eleições é a abstenção”, isto porque as pessoas “moram no concelho mas não vivem o concelho”. Uma mudança de comportamento que diz só possível com um presidente de câmara que apresente “propostas concretas para o desenvolvimento da nossa terra”.
O próprio António Neves lembrava que nas últimas autárquicas em Almada a abstenção foi “mais de 50 por cento”. “Só 20 por cento dos almadenses elegeram a presidente da câmara” e destes “80 por cento não votaram na coligação [CDU] que gere os destinos dos almadenses”.
Para além de afirmar que é necessário “desmistificar o mito de invencibilidade da coligação que governa a Câmara”, o candidato do PSD vinca que o concelho “precisa de um grito de esperança”, e apresenta um conjunto de propostas para dotar o concelho de maior capacidade empreendedora e que aproveite os recursos turísticos. Defende ainda políticas de reorganização do território, reforço da cultura, apoio às empresas e apoios socias às famílias carenciadas.
“Vivemos num concelho [onde a gestão da CDU] grita a plenos pulmões que o concelho não está em crise, que paga a tempo e horas, e que se encontra no pódio dos municípios com melhor solidez financeira. Mas também somos um dos concelhos com mais barracas e mais pobres. Vivemos num concelho avançado na urbe, mas no resto ainda estamos nos anos 50 do século passado”, afirmava António Neves acrescentando que “a mudança para além de ser possível é indispensável”. Por isso “é preciso que os almadenses vejam no PSD a alternativa para a mudança capaz de dar um novo rumo ao concelho”.
Como candidatos à presidência da Câmara de Almada, foram também já apresentados Joaquim Barbosa pelo PS e Joaquim Judas pela CDU. O Bloco de Esquerda vai apresentar os seus candidatos a 10 de maio, sendo o nome de Joana Mortágua uma forte possibilidade. Da parte do CDS/PP ainda nada se sabe quanto a candidatos a Almada.