O concurso público do estudo prévio e do Estudo de Impacte Ambiental do novo terminal de contentores de Lisboa no Barreiro vai ser lançado nos próximos dias, afirmou a presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL).
"Está tudo pronto para lançar o concurso público para o estudo prévio e para o Estudo de Impacte Ambiental nos próximos dias. Apenas falta resolver um pequena situação burocrática", disse Marina Ferreira, no debate que ocorreu na noite de segunda-feira no Barreiro.
O Museu Industrial da Baía do Tejo, no Barreiro, acolheu o debate "Plataforma Multimodal do Barreiro/Terminal de Contentores - Visão e Futuro", com a responsável a enaltecer a importância do desenvolvimento do Porto de Lisboa.
"Este é um projeto que só avança se houver interesse de privados, porque não vai haver dinheiros públicos, e existem interessados. Muito se fala das dragagens que são necessárias no rio Tejo, mas se eles custassem os 45 milhões de euros que se fala, de certeza que não havia interessados", defendeu.
Presente no debate esteve também João Pereira Teixeira, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, que defendeu que o Estuário do Tejo tem muito por onde se desenvolver.
"O Estuário do Tejo é um diamante por burilar, que tem muitas potencialidades, mas que não estão a ser aproveitadas. Esta região deve ser a grande cidade do Estuário do Tejo, em que se proteja o património e se mobilize o que pode trazer emprego e investimento", salientou.
Demétrio Alves, Primeiro Secretário Metropolitano, também esteve presente, considerando que é preciso haver convergência entre a Grande Lisboa e a Península de Setúbal.
"Tem existido uma grande divergência socioeconómica, quando devia haver convergência. Para uma cidade de Lisboa de duas margens metropolitanas, a construção do novo terminal no Barreiro é um elemento estratégico de grande valor", disse.
O responsável acrescentou que Setúbal pode ser uma "terceira margem dimensional", referindo que "não tem que ficar prejudicada pela solução Barreiro, pois pode haver sinergias".
Manuel Salgado, vereador da Câmara de Lisboa, referiu que o Barreiro é uma boa solução para receber o novo terminal, mas que devem ser efetuados todos os estudos necessários.
"O Barreiro tem acessibilidades, tradição industrial e reservas de espaço, mas também tem pontos fracos como os problemas com o calado dos barcos. Apoiamos o terminal aqui, mas com estudos de viabilidade aprofundados", disse.
O vereador da autarquia de Lisboa, que anunciou estar a ser preparada uma candidatura da paisagem do Tejo a património da humanidade, referiu que é preciso pensar bem nas soluções.
"Um terminal de cruzeiros na baixa é uma mais-valia, mas um terminal de contentores é um prejuízo, por isso tudo tem que ser bem pensado. Discordo da ideia da cidade das duas margens, pois para mim o importante é ter uma Área Metropolitana coesa", frisou.
Carlos Humberto, presidente da Câmara do Barreiro, defendeu que o terminal deve ser mais do que um simples terminal, referindo que é importante que seja "uma plataforma logística, portuária e tecnológica".