Com as obras do Polis da Costa da Caparica num imbróglio em que não se sabe ao certo até quando vai decorrer o programa nem o que vai ser executado, pelo meio foi apanhado o Transpraia que desde há cinco anos vê o negócio a andar para trás. Agora a salvação do comboio de praia, símbolo turístico da Costa da Caparica, poderá ser viajar até Cabo Verde.
“Se nada mudar, esta será seguramente a última época balnear em que o Transpraia vai funcionar na Costa da Caparica”, afirma António Pinto da Silva, responsável por este negócio de família que nos últimos anos foi gerido pelo filho Pedro Pinto da Silva que, entretanto, foi trabalhar para Cabo Verde. E parece estar a abrir-se uma porta de remontar o negócio nas zonas turísticas que estão a surgir neste país africano. “Há toda a possibilidade de montar lá o negócio do Transpraia”, acrescenta.
Aliás, em Março deste ano, investidores espanhóis chegaram a entrar em contacto com Pedro Pinto da Silva para levar o Transpraia, como comboio tradicional que é, para percorrer praias na Catalunha, mas “entretanto não voltaram a contactar”, conta o seu pai. E com Espanha também em fase crítica, a oportunidade pode estar mesmo em mercado florescentes como o de África.
Contudo, António Pinto da Silva ainda aguarda que a administração da Sociedade CostaPolis se lembre que “prejudicou o Transpraia” e “uma atracção turística local”. É que quando o CostaPolis tirou o comboio de praia da frente urbana e o “escondeu” junto ao Bairro do Campo da Bola, “os turistas deixaram de o usar”. Uns porque não sabem que este existe, e outros porque não querem percorrer a pé, com calor, uma distância considerável até ao ponto de partida do Transpraia.
Contas feitas, desde que o Transpraia foi deslocado, há cinco anos, a quebra do negócio foi de “80 por cento”. Ou seja, “há cinco anos transportámos 105 603 pessoas na época balnear, e na do ano passado descemos para 22 171”, diz António Pinto da Silva. E este ano as contas “não melhoraram”.
Uma das soluções para ajudar a recuperar o negócio seria “permitir que o Transpraia parta de um ponto frente ao Hotel Costa da Caparica”, adianta o seu proprietário. Na sua opinião, esta seria também mais uma oportunidade para promover as unidades hoteleiras instaladas na cidade da Costa da Caparica.