O presidente da Junta de Freguesia da Costa de Caparica (Almada), António Neves, afirmou hoje que é preciso perceber "de forma precisa" o que está a acontecer nas praias, referindo que se está a criar uma "situação de pânico".
"A Costa de Caparica é procurada por milhares de pessoas nesta altura do ano e ninguém sabe de nada do que se está a passar, criando-se um clima de muita desconfiança e quase de tragédia", disse, em declarações à Lusa.
O autarca social-democrata quer que as autoridades competentes deem mais informações sobre que está a acontecer na água das praias.
"É de bom senso que as autoridades competentes expliquem a situação e informem do que se está a passar de forma precisa. Não se pode criar esta situação de pânico nas populações", defendeu.
O registo de quase 80 casos de irritação cutânea nas praias da zona da Costa de Caparica na quarta-feira fez com que as autoridades desaconselhassem hoje os banhos de mar a toda a população na margem sul do Tejo.
A Câmara de Almada decidiu também desaconselhar os banhos nas praias da região, adiantando que já solicitou análises à qualidade da água na Costa de Caparica, abrangendo diversos parâmetros físico-químicos e microbiológicos.
A autarquia salienta ainda, numa nota distribuída à imprensa, que não existe qualquer fundamento para se relacionar a ocorrência destes casos de alergias com uma eventual contaminação da água do mar por efluentes urbanos e industriais.
Na segunda-feira, a Agência Portuguesa de Ambiente tinha levantado a interdição de banhos que estava vigente desde a semana passada em duas praias da Linha do Estoril e na de São João da Caparica., depois de relatos de casos de irritação cutânea.
O levantamento da interdição foi decidido por não ter sido detetada uma relação causal entre a presença de microalgas e as situações de irritação cutânea que foram registadas em várias praias.