O presidente da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (FPNS), Alexandre Tadeia, reiterou hoje que o pagamento daquela atividade deveria ser responsabilidade do Estado e não dos concessionários das praias, como acontece atualmente.
"Não concordamos que sejam os concessionários a pagar [os salários dos nadadores-salvadores]. Infelizmente são eles que pagam, mas devia ser responsabilidade do Estado", afirmou Alexandre Tadeia, em declarações à agência Lusa.
A Associação dos Apoios de Praia da Frente Urbana da Costa da Caparica (Almada) anunciou hoje que apresentou ao capitão do Porto de Lisboa uma proposta para uma redução de doze para dois nadadores-salvadores, nas praias da zona norte, caso não haja reposição de areias antes da abertura da época balnear.
Alexandre Tadeia defendeu que os concessionários "têm que ser arredados desta questão da segurança aquática", lembrando que todos os anos morrem pessoas em praias não vigiadas que estão nesta situação por não serem concessionadas.
Para a FNPS, as autarquias deveriam ser responsáveis pelos pagamentos aos nadadores-salvadores, cujo financiamento deveria vir de uma taxa municipal, "cobrada a todo o comércio do concelho, mas com critérios justos", porque beneficia com o turismo.
No caso da Costa da Caparica, Alexandre Tadeia admitiu que "se não existir praia não vale a pena ter nadador-salvador", mas lembrou que a decisão final cabe ao capitão do Porto de Lisboa.
Os proprietários dos apoios de praia da Caparica continuam à espera de respostas das entidades que superintendem a zona de intervenção do programa de regeneração urbana e requalificação ambiental Polis da Costa da Caparica - a CostaPolis e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) - para fazerem face aos prejuízos provocados pela agitação marítima nos últimos dois meses.
"Da CostaPolis e da APA nem sequer recebemos resposta aos pedidos de reunião que lhes dirigimos", lamentou Acácio Bernardo, que mantém, no entanto, a esperança de ouvir boas notícias durante a visita do ministro do Ambiente à Costa da Caparica, prevista para hoje à tarde.
O ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, visitou hoje alguns locais mais afetados pela forte agitação marítima, tendo estado durante a manhã em Vila Nova de Gaia e em Espinho e, à tarde, na Caparica.
De acordo com a estimativa dos proprietários de apoios de praia da Caparica, os prejuízos provocados pelo mau tempo ascendem a mais de 300 mil euros.