A presidente da Junta de Monte Abraão, Fátima Campos, acusa o presidente da autarquia vizinha de Queluz, o também socialista Barbosa de Oliveira, de estar “na origem do furto” de uma placa que identificava a entrada naquela freguesia, implantada "há 14 anos" após a rotunda da Escola Prática da GNR, à entrada do túnel sob a linha férrea.
Depois de um primeiro furto “na noite de 16 para 17 de Maio”, a Junta de Monte Abraão voltou a colocar a referida sinalética no local, embora 3,5 metros mais à frente, na tarde de quinta-feira, dia 14. Porém, menos de duas horas depois, a placa voltou a desaparecer, com Fátima Campos a não ter dúvidas quanto à autoria do suposto furto: “naturalmente que considero o senhor presidente da Junta de Freguesia de Queluz, António Barbosa de Oliveira, o suspeito de ser o responsável pela remoção da placa identificativa. Acredito que não na forma material, ou seja, pelas próprias mãos, mas através de outrem, por sua ordem”, escreve a autarca de Monte Abraão num comunicado enviado ao JR e divulgado na sua própria página de Facebook.
“Gostaria de estar enganada quanto às minha suspeitas, tal a gravidade dos actos praticados. Porém, se o não estiver, pugnarei por levar até às últimas consequências políticas e legais os efeitos dos actos referidos”, acrescenta Fátima Campos, desafiando ainda o autarca vizinho e camarada de partido a “caso não esteja , de facto, envolvido nestes actos” a encontrar uma solução conjunta “para que estes não se repitam”.
Ora, do outro lado da fronteira administrativa entre os dois territórios, Barbosa de Oliveira responde à letra e não nega a autoria da remoção da referida peça de mobiliário urbano. “Quando a senhora presidente da Junta de Monte Abraão falou comigo pelo telefone, disse-lhe que todas as placas que fossem colocadas naquele local seriam retiradas. Pois, ninguém gosta que violem a sua residência ou a sua propriedade e isto trata-se de uma invasão de propriedade. A placa foi posta dentro da nossa fronteira e só pode estar depois da nossa fronteira. Ninguém pode colocar placas de fronteira no território dos outras”, acusa o presidente da Junta de Queluz.
Barbosa de Oliveira não esconde que mandou retirar a sinalética reimplantada no passado dia 14 e diz que informou a Câmara de Sintra sobre o sucedido que, inclusivamente, “a sinalética está aqui e pode ser recuperada pelos interessados”.