Os deputados do PS eleitos por Setúbal admitiram hoje avançar com um projecto de resolução para clarificar quem são os responsáveis pela gestão das obras do programa Polis da Costa da Caparica e ultrapassar o impasse nas intervenções.
"A responsabilidade pela gestão do espaço é do Ministério do Ambiente, mas, na prática, não é de ninguém", disse à Lusa Eurídice Pereira, coordenadora dos deputados do Partido Socialista do círculo eleitoral de Setúbal.
"Vamos pedir explicações ao Governo e apresentar [no Parlamento] um projecto de resolução para apontar os caminhos desejáveis para resolver o problema", acrescentou Eurídice Pereira.
A deputada socialista afirmou também que a Sociedade Costa Polis não tem ninguém para fazer a manutenção dos espaços já intervencionados e que a Câmara de Almada ainda não aceitou as obras.
Eurídice Pereira manifestou ainda o receio de que o Governo se esteja a preparar para abandonar o programa de valorização ambiental e requalificação urbana Polis da Caparica, lançado em 2001, no final de 2013.
Para a deputada socialista, trata-se de um prazo demasiado curto, que inviabiliza a conclusão dos trabalhos de sete dos nove planos de pormenor que integravam o projecto inicial.
Eurídice Pereira falava após uma reunião com os concessionários e proprietários de apoios de praia na sequência de uma visita de deputados socialistas às obras do Polis da Costa da Caparica e faixa costeira de São João da Caparica.
Além da preocupação com alguns sinais de degradação, designadamente em espaços que já foram objecto de requalificação urbana, os concessionários das praias manifestaram também alguma preocupação com a redução do número de utentes.
"Os concessionários atribuem a diminuição do número de utentes que se verificou no passado mês de Junho, comparativamente com o mesmo mês do ano passado, à crise económica e ao aumento do IVA [Imposto sobre o Valor Acrescentado] para 23 por cento na restauração", disse Eurídice Pereira.
A responsável alertou ainda para os perigos do não enchimento das praias da Costa da Caparica, salientando que se trata de uma obra prioritária para evitar a invasão do mar.
Na semana passada, o presidente da Junta de Freguesia da Caparica, António Neves (PSD), também alertou para o perigo da invasão do mar, defendendo que a única solução definitiva para travar o desaparecimento dos arejais passa pela reposição artificial do istmo que ligava a Cova do Vapor e o ilhéu onde está instalado o farol do Bugio.