Ao fim tarde de 17 de Maio, depois de ter sido anunciada a eventual insolvência da construtora Ensul-Meci, sedeada na Caparica, e o despedimento de 500 trabalhadores, não existia qualquer movimentação à porta da empresa. Mas não deverá ser este o cenário dos próximos dias.
Os trabalhadores decidiram organizar-se em piquetes para pressionar a administração a encontrar uma saída que evite o despedimento e, ao mesmo tempo, impedir que sejam retirados equipamentos das instalações.
Alguns dos trabalhadores deram parte da sua vida de trabalho à empresa e, actualmente na casa dos 50 anos, olham para um futuro de vazio. E não entendem como uma empresa ícone do concelho de Almada pode encerrar portas quando há poucos anos se falava em ter interesse de alargar o negócio ao mercado angolano, nomeadamente na construção de duas mini-hidricas, e reforçar a posição em Timor.
Segundo foi divulgado, os trabalhadores estão sem receber desde Fevereiro e alguns têm sido mandados para casa por não terem trabalho. Com o site da empresa encerrado e, segundo a SIC, com o conselho de administração, que entretanto se demitiu, sem prestar declarações aos jornalistas, o pouco que se sabe é através do vice-presidente da Câmara de Almada.
José Gonçalves esteve em contacto com responsáveis da empresa sobre o futuro da mesma no sentido de “se fazerem diligências para recuperar a empresa”, o que passa por falar com os credores no sentido de se abrirem oportunidades à “competência” dos trabalhadores da Ensul-Meci e manter os contractos de trabalho.
Entretanto os trabalhadores aguardam que a decisão de insolvência em análise no Tribunal não dite o fim da construtora.
Para além de ser uma das construtoras mais conhecidas, e de maior dimensão do concelho de Almada, a Ensul-Meci participou em várias obras no concelho e está neste momento a executar a 2.ª fase de reabilitação da Rede de Abastecimento de Água do Feijó. Uma obra adjudicada em Fevereiro deste ano pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Almada, para um período de execução de 120 dias, no valor de um milhão e 400 mil euros.