A supressão de viagens na ligação fluvial entre o Barreiro e Lisboa deve-se a uma "limitação de recursos", admitiu hoje a Transportes de Lisboa, referindo que espera autorização para a "contratação de novos colaboradores".
"Face à política de desinvestimento que se verificou nos últimos anos na empresa e à saída de colaboradores, quer por motivos naturais, quer inesperados, a empresa tem hoje uma limitação dos recursos existentes, o que, em coincidência com períodos de férias de colaboradores, gera por vezes, a impossibilidade de garantir todo o serviço programado", disse à Lusa fonte oficial da administração da Transportes de Lisboa, que reúne a gestão dos transportes urbanos da região (Metro, Carris, Soflusa e Transtejo).
Segundo a mesma fonte, a administração "tem orientado todos os seus esforços na reposição das condições indispensáveis à prestação de um serviço público de transporte que se paute por padrões de qualidade dignos dos seus clientes", pelo que foi "despoletado o procedimento com vista à obtenção de autorização para a contratação de novos colaboradores".
A ligação fluvial entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, em Lisboa, está novamente condicionada entre hoje e sexta-feira, com a supressão de algumas carreiras nos dois sentidos durante o período da manhã.
No portal Transportes de Lisboa, foi divulgada a supressão de cinco carreiras, apenas no período da manhã, entre as 07:20 e as 09:00.
Na semana passada também se registou a supressão de várias ligações fluviais entre as duas margens do Tejo durante alguns dias.
Na ocasião, o Sindicato dos Trabalhadores Fluviais Costeiros e da Marinha Mercante referiu, em comunicado, que na origem das supressões anunciadas está a "falta de trabalhadores para preencher as vagas deixadas em aberto por rescisões impostas pelo anterior conselho de administração".
"Este último trimestre, com a entrada dos períodos de férias, veio destacar mais ainda toda esta situação. Ao fim destes meses, o problema tem sido compensado com um enorme volume de trabalho extraordinário que começou agora a trazer os seus problemas de saúde e cansaço aos trabalhadores da empresa, esgotados com todo este esforço físico e mental", referia a nota.
Em julho, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o diploma do parlamento que revoga a fusão operacional do Metropolitano de Lisboa, da Carris, da Transtejo e da Soflusa, estabelecendo a total autonomia jurídica destas empresas.
Com entrada em vigor a 01 de janeiro de 2017, o diploma foi acordado na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, com base em projetos de lei do PCP e do Bloco de Esquerda (BE), e estabelece a "total autonomia jurídica" do Metropolitano de Lisboa, da Carris, da Transtejo e da Soflusa.