ACAP condena aumento do ISP num setor que sofre de 'fadiga fiscal'

A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) condenou hoje a intenção do Governo de aumentar o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), considerando que o setor automóvel em Portugal já sofre de "fadiga fiscal".
   
"A ACAP vê com estupefação o aumento do ISP", disse o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro, num encontro em que foi apresentado um balanço do mercado automóvel em 2015 e as perspetivas para 2016, realçando que a medida poderá ter um "efeito perverso" de levar a "uma perda de receita" para o Estado.
 
Em declarações aos jornalistas, o responsável considerou que o setor automóvel tem "uma elevada carga fiscal", que "aumentou 23% entre 2003 e 2015", referindo que sofre de "fadiga fiscal".
 
O responsável referiu que este aumento de impostos acentua as disparidades em relação a Espanha, que tem uma carga fiscal sobre os impostos mais baixa, podendo tornar o setor português menos competitivo.
 
A 22 de janeiro, na apresentação do esboço do Orçamento do Estado para 2016, o ministro das Finanças, Mário Centeno, justificou o aumento do ISP em quatro cêntimos no gasóleo e cinco cêntimos na gasolina em 2016 devido à redução do preço do petróleo, que levou a uma queda na receita fiscal proveniente do ISP.