A presidente da Câmara da Amadora defendeu hoje o reforço das competências das autarquias, no âmbito do processo de descentralização em discussão no parlamento e disse apostar numa área metropolitana mais "forte e coesa".
"Este mandato autárquico que agora se inicia ficará marcado, espero, por um reforço expressivo de competências nas mais diversas áreas, que encaro com responsabilidade acrescida, mas também como um maior compromisso com a cidade", afirmou Carla Tavares.
A autarca socialista, que falava na instalação dos novos órgãos municipais para o mandato 2017-2021, acrescentou que a gestão "com maior proximidade" obriga a "fazer melhor".
"Temos que ser mais ambiciosos, a cidade não se confina apenas no seu território, é essencial continuar a criar sinergias nos mais diferentes planos da ação política, entre os vários domínios concelhios no âmbito da Área Metropolitana de Lisboa", frisou.
Para Carla Tavares, a Amadora "ganhará sempre com uma área metropolitana forte e coesa, onde a articulação de políticas públicas estratégicas, reforçará todos e cada um dos municípios".
Perante a situação de "exigência e rigor" do país, a presidente da autarquia considerou que os municípios têm de continuar "a ter que fazer mais com menos", mas apoiados em novos recursos como "a inovação, o conhecimento e a sustentabilidade".
Após agradecer aos autarcas que cessam funções e de saudar todos os cabeças de lista das diferentes candidaturas nas eleições de 01 de outubro passado, a socialista assegurou que, apesar da maioria absoluta, procurará a "consensualização, sempre que possível, das políticas públicas em questões essenciais e estratégicas".
Além do compromisso de continuar "a aliviar progressivamente a carga fiscal" dos munícipes, Carla Tavares apontou o caminho da dinamização da atividade económica, melhoria das acessibilidades e aumento do emprego, através da aposta na educação.
"Reabilitar o edificado privado e público, através de políticas públicas que continuem a humanizar a cidade" foi também salientado como prioridade, assente nas "melhores práticas de desenvolvimento sustentável e qualificação do espaço público".
Na sua intervenção no cineteatro D. João V, na Damaia, a autarca defendeu também como objetivo "aprofundar e dar visibilidade" à diversidade cultural, "representativa de 176.000 habitantes e mais de 60 nacionalidades, através do permanente encontro da cidade com a cultura e com as suas diversas culturas".
Nas eleições autárquicas de 01 de outubro, o PS revalidou a maioria absoluta, com 47,97% dos votos, a coligação PSD/CDS-PP teve 18,09%, a CDU registou 12,22% e o Bloco de Esquerda obteve 06,94%.
O executivo municipal é assim constituído por Carla Tavares, Rita Madeira, Luís Lopes, Susana Nogueira, José Agostinho Marques, Vítor Ferreira e Maria Gracieta Filipe (pelo PS), Carlos Silva e Martinho Caetano (PSD/CDS-PP), Amável Alves (CDU) e Deolinda Martin (BE).
A assembleia municipal, agora presidida pelo socialista António Ramos Preto, é composta por deputados eleitos pelo PS, PSD/CDS-PP, CDU, BE, PAN (Pessoas-Animais-Natureza) e MIPA (Movimento Independente pela Amadora), bem como pelos seis socialistas que conquistaram a presidência das juntas de freguesia do concelho.
"A assembleia [municipal] representa o povo da Amadora e vê refletida na sua composição a pluralidade e a complexidade da sua vontade", notou António Ramos Preto, que apelou aos novos eleitos para promoverem "uma cidade mais criativa, mais qualificada, com maior harmonia social".
O presidente da assembleia municipal cessante, Joaquim Raposo, sublinhou, antes de dar posse aos novos eleitos, que deixa o cargo após completar um ciclo e com "a certeza" de que, "na Amadora, o melhor são as pessoas".