Candidato da CDU a Sintra diz que é impossível SMAS baixarem preços da água

O administrador dos SMAS de Sintra e candidato da CDU à câmara, Pedro Ventura, afirmou hoje que a redução dos preços das tarifas de água é "impossível", pois colocaria a empresa em dificuldades financeiras e próxima da privatização.
Pedro Ventura esteve esta manhã reunido com o candidato independente à Câmara de Sintra, Marco Almeida (vice-presidente do município), que, no final da reunião, afirmou que, se vencer a corrida autárquica, irá "repensar" os preços praticados por este serviço municipal, bem como acelerar o processo de cobertura integral do concelho com saneamento básico.
Para o candidato da CDU, a redução das tarifas de água é "impossível" nesta altura em que os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Sintra tiveram uma quebra de 6% de contratos de água e têm que continuar a investir em redes de saneamento e de distribuição.
"Neste momento não há condições para baixar as tarifas de água. É uma impossibilidade técnica e financeira, porque isso colocaria estes serviços numa situação de dificuldades financeiras, com redução de investimentos, o que seria um primeiro passo, como tem acontecido noutros pontos do país, para a privatização", disse o candidato à agência Lusa.
O também vereador das Atividades Económicas do município de Sintra afirmou que os SMAS de Sintra não têm refletido nos custos da água os sucessivos aumentos de preço praticados pela EPAL (Empresa Portuguesa de Águas Livres).
"Os SMAS têm absorvido essa subida de preços. A EPAL vende a água a Sintra a 0,48 cêntimos o metro cúbico e vende a Lisboa a 0,27. Os municípios à volta de Lisboa estão a financiar a água da capital portuguesa", afirmou.
Pedro Ventura falava à agência Lusa no final da apresentação dos sete compromissos eleitorais da candidatura da CDU às eleições autárquicas de 29 de setembro, que decorreu no Palácio Valenças, em Sintra.
A CDU compromete-se a promover um ordenamento do território norteado para a criação e fixação de emprego, integração social e combate às desigualdades sociais, bem como a valorizar e defender o serviço público como garante de equidade social.
Outras das propostas passam por defender e lutar pela melhoria do acesso aos cuidados de saúde e à segurança das populações, por defender a escola pública e a implementação de medidas de combate ao abandono escolar e exclusão social.
Segundo Pedro Ventura, a CDU compromete-se ainda a assegurar uma política cultural e desportiva, bem como a aproximar o poder local e os serviços municipais das populações.
Na corrida à Câmara de Sintra, além de Pedro Ventura, estão Marco Almeida (independente), Nuno da Câmara Pereira (PND), Luís Fazenda (BE), Barbosa de Oliveira (independente), Pedro Pinto (PSD/CDS-PP/MPT), Basílio Horta (PS), José Lucena Pinto (PNR), António Laires (PCTP/MRPP), João Massena (PTP) e Nuno Azevedo (PAN).
A Câmara de Sintra é presidida por Fernando Seara, eleito pela coligação Mais Sintra (PSD/CDS-PP) nas eleições de 2009. O atual executivo municipal é composto por seis elementos da coligação PSD/CDS-PP, quatro do PS e um da CDU.