A Maratona de Lisboa, que passa a ser organizada pelo Maratona Clube de Portugal, pretende ter o selo de ouro da Federação Internacional de Atletismo (IAFF), antecipar a data de realização e trazer entre três a quatro mil participantes.
“Começa a correr pelo mundo que há cá a maratona. Antes não tínhamos dinheiro para pagar a atletas de elite, agora temos, não muito, mas o mínimo para tentar ser Gold, porque a IAAF para ser Gold exige um número de atletas que fazem parte do rol da IAFF, não é qualquer atleta estrangeiro que serve. Hoje é o pontapé de saída”, disse Carlos Móia, presidente do Maratona Clube de Portugal, aquando da apresentação da prova.
Carlos Moía, que organiza a Meia-maratona de Portugal, que passará a estar incluída na nova Maratona de Lisboa, explicou que o clube que dirige já está a receber ofertas de atletas da prova de março e que está a adiantar que haverá a prova de 42,195 quilómetros, em princípio no mês de outubro.
“Londres é Londres, Nova Iorque é Nova Iorque e Lisboa vai recomeçar nas nossas mãos. O nosso ‘budget’ não é dos milhões que eles têm lá fora, mas bem gerido, o nosso orçamento vai poder trazer um grupo de elite interessante, senão não vale a pena, para potenciar patrocinadores e comunicação social”, sublinhou.
Carlos Moía avançou que o orçamento para a prova estará entre os “700 [mil euros] e um milhão de euros” e pretende antecipar a data para outubro - habitualmente se realiza em dezembro – para que a corrida seja disputada com um “clima melhor” e potenciar o turismo.
Quanto ao número de atletas, Carlos Móia gostaria de ter entre “três mil a quatro mil” atletas a correr, mais do dobro deste ano, a maioria estrangeiros, sublinhando que, em Portugal, não há mais do que 500 atletas a fazer maratonas.
O responsável não sabe se aquela que considera a melhor atleta portuguesa na distância, Dulce Félix, irá participar, uma vez que este ano não participou na Maratona de Nova Iorque e poderá já estar comprometida para a próxima edição.
A Maratona de Lisboa vai envolver três municípios, Lisboa, Oeiras e Cascais, com os presidentes das respetivas autarquias presentes na apresentação da prova a destacar a “beleza do percurso” ribeirinho e dos monumentos que podem ser avistados.
Carlos Móia explicou ainda que a meia-maratona irá começar como habitualmente na Ponte Vasco da Gama, também com atletas de Elite, enquanto a Maratona parte de Cascais, cerca de uma hora antes da “meia”.
As duas corridas vão juntar-se na zona de Santa Apolónia e terminam no mesmo local, com Carlos Móia a ressalvar que existem problemas de logística que ainda têm de ser resolvidos, como é o caso dos dois carros relógio de cada uma das provas irem ficar juntos.
Sean Wallace, responsável da Federação Internacional de Atletismo, brincou durante a apresentação do evento que não poderia dizer que era o percurso mais bonito, senão as outras Maratonas poderiam ficar chateadas, salientando o potencial da prova.
Quando questionado se a Maratona de Lisboa poderia candidatar-se a Gold Label em 2014, Wallace respondeu que a organização poderá pensar no assunto se a prova satisfizer todos os critérios para a sua atribuição.
“O potencial está lá. A organização tem muita experiência nas outras provas, por isso espero receber o formulário”, afirmou.